Decorreu homenagem a José Gomes Gaioso

A continuaçom o manifesto lido na homenagem a José Gomes Gaioso:

Caímos na luita, na trincheira na qual, ante nós, caírom centos de camaradas. Nom é hora de lamentaçons, camaradas. A luita exige sacrifícios porque sem eles nom se conquista a liberdade.

Assim se dirigia José Gomes Gaioso, junto com o seu companheiro Antonio Seoane, a outros guerrilheiros desde a prisom provincial da Corunha poucos dias antes de ser executado o 6 de novembro do ano 1948. 

Há exactamente 74 anos.

José foi detido na nossa cidade, na rua do Papagaio, a poucos minutos de onde nos encontramos logo dum enfrentamento com a polícia franquista e umha persecuçom posterior.

Seguindo a tradiçom fascista, foi salvagemente torturado durante semanas e encerrado em celas de isolamento com o objectivo de castigar e dobregar a sua vontade combatente.

Porque para o fascismo, as actuaçons e o pensamento de José eram um perigo e tinham que ser perseguidos e eliminados. 

Essas actuaçons supunham umha emenda à totalidade do mundo de fome e terror que impugeram logo do Golpe de Estado de 1936 e o triunfo das tropas franquistas. 

Esse pensamento implicava un câmbio total do regime a todos os níveis: económico, político, social e cultural. Un regime imposto por umha elite violenta e tiránica, que ainda sofremos (com câmbios cosméticos) a dia de hoje baixo o governo dos seus filhos, netos e sucessores.

Desde mui novo, José começou a participar politicamente e, com só 23 anos, compromete-se com o ideal do Socialismo ingressando nas filas do Partido Comunista. Foi dirigente, participou nas milícias antifranquistas na Guerra Civil e preocupou-se pola realidade concreta da Galiza e o seu autogoverno em tempos da II República.

Perdida a Guerra Civil, viaja a múltiples estados do mundo e posteriormente volta para dirigir a resistência guerrilheira do PCE na Galiza, logrando a mesma desenvolvimento e presença social constante.

As justas ideias que José defendia, e que hoje fazemos nossas, animam-nos a seguir construindo e avançando. José luitou nas ruas, nas estradas e nos caminhos contra um fascismo armado, agressivo e violento.

Porém, o fascismo nom nasce do ar nem por umha sorte de maldiçom divina. 

O fascismo é só o terror desatado da burguesia, da elite dirigente, quando vê perigar os seus privilégios. Quando teme a subversom revolucionária das trabalhadoras e trabalhadores. Quando acredita que é possível um mundo novo sem que sejam eles quem controlem o Poder.

Assim também se entende a extensom deste fenómeno em épocas de crises sistémicas do Capitalismo. É neste ponto, quando o Capitalismo é mais feble e está mais questionado polas masas populares depauperadas, que a elite dirigente precisa de sistemas violentos (em ocasions desde dentro e em ocasions desde fora do Estado) de repressom e contençom. Reparemos, pois, no que estamos a viver na nossa contorna geográfica europeia na última década e meia, coincidindo com as crises encadeadas desde 2008.

Mais razom, se for possível, para a famosa frase de Bertolt Brecht: um fascista nom é máis que um burguês assustado.

A José executárom-no logo dum juízo-farsa. Segárom a sua vida, mas figérom que o seu pensamento ficasse imortal.

Rematamos já, recolhendo outro fragmento da carta onde José se dirigia aos seus camaradas, e que é continuaçom do parágrafo com o que começamos este texto.

Sede inflexíveis com os inimigos do povo […] que vendem a nossa pátria aos imperialistas […]. Trabalhai entre o povo, orientai, organizai e defendei aos nossos bravos labregos, estendei a luita guerrilheira a todos os recunchos da nossa amada Galiza.

Hoje recordamos o seu exemplo, reivindicamos o seu legado e recolhemos o seu pensamento para a análise e acçom diária. 

Porque os sonhos que perseguia José tambén som os nossos: os dum mundo sem exploraçom e com liberdade para todos os povos e as trabalhadoras e trabalhadores do mundo.

Comparte:

O mais recente

O Samaim no Centro Social!

Achega-se a festividade mais aterrorizante do ano e queremos que venhas celebra-lo connosco. O Samaim no Centro Social! O sábado 29 prepararemos a decoraçom do

Lume Novo, do 23 ao 24 de junho

Confinamento, restriçons, feche do concelho… Havia anos que esperavas passar a noite mais curta e mágica do ano na foliada do Centro Social. O 23 de junho será possível!

Nom perdas nada!

Aponta-te no nosso boletim informativo e enviaremos-che informaçom das nossas atividades ou asócia-tepassa-te polo nosso local terças, quartas e quintas de 20 a 23h e sextas e sábados de 20 a 24h.